Pergunta: Se somente após o Workshop da Inception eu saberei quanto tempo e quanto custará cada MVP, como as empresas tem conciliado isso com o processo de pré-vendas? O cliente normalmente pedirá uma proposta comercial com o prazo e custo antes de fechar negócio. Eu imagino que as empresas não param um time de projetos para fazer uma Inception para cada nova oportunidade de negócio, certo? O ideal seria a inception ser oferecida como parte da consultoria? pré-projeto? Como as principais empresas tem lidado com isso no mercado?
Resposta: Muito boa a sua pergunta: inception, time de projetos, pré-venda…
É isso mesmo. Somente depois da inception o time vai ter uma ideia melhor sobre o esforço para criar o MVP, e quanto custará para criá-lo.
“Eu imagino que as empresas não param um time de projetos”
Esse é o maior problema. Atualmente a maioria das empresas trabalha com time de projetos, e isso atrapalha.
Se fossem times de produto, nada mais natural do que parar para fazer uma inception, ou seja, avaliar e planejar (via MVP) uma nova oportunidade de negócio.
Mas com time de projeto isso fica menos natural, afinal de contas, o tal projeto já deve ter sido aprovado. E isso leva a sua outra pergunta… o processo de pré-venda.
Mais um problema. Mesmo antes da inception, um time (especialmente se for terceiro) participa do processo de pré-venda onde passa alguma estimativa de prazo e custo para trabalhar em algo.
Isso não encaixa bem com a Lean Inception.
Lean Inception encaixa como uma luva numa estratégia mais enxuta (Lean Strategy), com times de produtos e reavaliação da estratégia do negócio como parte do processo. Estou tentando escrever mais sobre isso. Vou colocando nesse E-Book: Lean Strategy.
Como consultoria, ou empresa terceira, eu gosto do seguinte modelo. Vou tentar dar um exemplo:
A empresa A quer contratar a consultoria C para fazer o projeto.
A consultoria C diz o valor do time por semana para trabalhar em tal projeto, mas não informa quanto tempo o projeto vai levar.
A empresa A contrata somente uma semana da consultoria C para realizar uma Lean Inception. Ao final da inception, todos saberão o esforço e custo relacionado ao MVP.
A empresa A decide se mantém a consultoria C para criar o MVP.
Esse é um exemplo simplificado, mas passa a ideia.
Claro que os contratos devem refletir isso, o que pode ser mais ou menos burocrático.
O Ismael Melo é especialista em contratos e contagem de pontos de função (as vezes um requisito contratual; por exemplo contratação pelo governo). Ele descreveu bastante sobre como lidar com isso tudo (junto com ágil e Lean, inclusive a Lean Inception) neste E-Book: Enxugando a máquina: Lean MVP & Pontos de Função.
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