Episódio 6: Lean Inception – Quando fazer? Quando não fazer?

19 jan 2022

>> Ouça este episódio

Eu sou o Paulo Caroli e este é o Podcast Mínimo Viável, onde compartilho conhecimento sobre as novas relações de trabalho e, assim, contribuo para a transformação de um mundo melhor.

Lean Inception: Quando fazer? Quando não fazer? Primeiro, Lean Inception é um workshop colaborativo para alinhar um grupo de pessoas a construir o produto certo, a solução ideal para o seu problema.

Por que que as pessoas fazem Lean Inception? Primeiro, um grupo de pessoas usa Lean StartUp, está seguindo lá o ciclo que o Eric Lies ensinou para a gente de build-measure-learn e depois faz uma Lean Inception. Por que isso? Está tendo muito aprendizado, muitos experimentos, muito experimentação seguindo esse ciclo construir-medir-aprender.

Têm pedidos da área de negócio? Se tem pedidos, vamos validar, vamos passas por ciclos de construir-medir-aprender, fazer experimentos para aprender rápido. Pesquisa com usuário, validação muito rápida, opa, agora que parece que validou, parece que é um bom product market fit aqui, vamos fazer uma Lean Inception para aí sim decidir qual é o mínimo viável para a gente construir de produto. Esse é o primeiro exemplo.

O segundo: a gente está seguindo o estilo Dual Track Development. A gente está fazendo descoberta contínua e entrega contínua. A Lean Inception vem nesse meio: como trazer da descoberta para entrega. Tem uma equipe ou algumas pessoas fazendo descoberta contínua, mas tem, geralmente é uma outra equipe, se for todo mundo junto ótimo, se for a mesma equipe não precisa fazer Lean Inception já está todo mundo alinhado.

Mas, como é muito comum nas organizações, um grupo está fazendo descoberta um outro grupo fazendo entrega ou delivery, e, de tempo e tempo, junta-se e faz um workshop de Lean Inception para decidir: e aí, para onde a gente vai? Qual o caminho? Qual é o primeiro passo? Qual é o MVP que a gente deve construir?

Um outro exemplo: projeto muito inovador e com muito impacto para o negócio. Vou trazer aqui um gráfico: impacto e negócio, alto ou baixo, inovador alto ou baixo. Então, se é muito inovador e de muito impacto para o negócio, vai fazer uma Lean Inception que vale a pena. Agora, se ele tem muito impacto para o negócio e é pouco inovador, é a tua “vaca leiteira”, não faz Lean Inception, calma. Não estresse a vaca, está dizendo não muda muito que a vaca está indo muito bem, não tente inovar o que já está te dando um bom resultado.

Se é pouco inovador e tem pouco impacto no negócio, esquece, não vai fazer uma Lean Inception e, se ele é muito inovador e tem pouco impacto no negócio, ótimo. Vai pesquisar, vai buscar mais informação e, quando tiver muita informação e mostrar que tem impacto no negócio, aí sim você deve fazer uma Lean Inception.

Outro exemplo são os 3 horizontes da McKinsey. O horizonte um é tua “vaca leiteira”, é o que está dando receita para empresa hoje. Geralmente, esses não têm Lean Inception, porque é um produto já estava dando receita para a empresa. Agora, o horizonte 2, aquelas que são as bezerras, são iniciativas que talvez virem as nossas “vacas leiteiras” daqui a seis meses, um ano. Essas vale a pena fazer uma Lean Inception para entender e aí, por onde a gente vai? Como é que a gente mostra resultado para fazer crescer esse produto, essa solução?

O horizonte três está buscando aprendizado e isso não é Lean Inception. Vai fazer muita pesquisa, muito aprendizado, muita experimentação para gerar conhecimento para lá na frente quiçá fazer uma Lean Inception.

Um outro exemplo: o segundo D do Diamante Duplo, que a gente tem a descoberta, o define e o delivery. O segundo, primeiro você descobre e abre as opções, quando você vai definir uma proposta de solução, neste momento vale a pena fazer uma Lean Inception. Depois, a gente está falando de entrega.

Um outro exemplo: depois de sessões de ideação e experimentação. A tua empresa super inovadora faz sessões de ideação, sessões de experimentação né. Ela roda, por exemplo, Experimentation Sprints, depois de rodar várias Experimentation Sprints, depois de ter muita ideação e falar: opa, parece que um conjunto de ideias aqui, de todo esse aprendizado vai gerar um bom resultado, uma boa solução, faz uma Lean Inception, alinha com outras pessoas e diz: oh, a gente quer seguir esse caminho, qual é o MVP? Qual é o mínimo viável que a gente deve construir para verificar esse product market fit?

Mais um exemplo: uma fase inicial de um projeto. É muito tradicional em empresas grandes que trabalham com projetos, às vezes, você tem um projeto aprovado, um período longo de aprovação. Aprovou aquele projeto tudo bem, o mundo não vai mudar de projeto para produto da noite para o dia. Então, mesmo no escopo de projeto, no início do projeto para entender e aí, como é que a gente vai fazer esse projeto? Agora que você está dentro da vida de um projeto, vamos usar Product thinking dentro da vida de um projeto. Então faz uma Lean Inception, o projeto já foi aprovado, faz e entende aí por onde a gente começa? Qual é o MVP e os incrementos seguintes.

Ou, o passo seguinte do Business Model Canvas. Se você é mais empreendedor, fez o seu Business Model Canvas, ótimo, a estrutura do seu negócio parece estar ótima e agora? Qual é o primeiro passo muito firme para criar um MVP? Faz uma Lean Inception e como resultado você vai ter o Canvas MVP e vai ser muito firme em relação ao que é esse teu produto mínimo viável, qual o primeiro passo na direção dessa estratégia ótima do seu negócio que está demonstrada no seu Business Model Canvas.

Mas, é muito importante falar sobre quando não fazer uma Lean Inception o que, aliás, a gente vai conversar hoje aqui também.

Por exemplo, DiscoveryResearch não é Lean Inception. Você tem que ter muitas atividades para fazer descoberta e research não é Lean Inception.

Outro: decidir um protótipo não é Lean Inception, aliás, faz um Design Sprint que é muito boa para decidir protótipo em uma semana. Lean Inception é para alinhar o MVP, alinhar vários times sobre um programa de trabalho. Até o Borba está aqui com a gente: Borba, essa pergunta é para você: e aí nesse pessoal, essa galera que usa SAFe, você pode usar PI Planning e outros tipos de workshop para alinhar e isso não é Lean Inception.

Priorizar o portfólio de iniciativas: sim vai lá usar Cost of Delay (CoD), Weighted Shortest Job First (WSJF) para decidir desses todos aqui qual é o que a gente prioriza, não é uma Lean Inception que vai priorizar o portfólio.

Mapear detalhes técnicos: vamos fazer um Event Storming para entender ou atividades mais baseadas na arquitetura, vamos sim entrar no nível de detalhe técnico, não é uma Lean Inception, é detalhe mais técnico mesmo e Event Storming é ótimo para isso.

Definir o processo de trabalho, ways of working. Um time que começou a trabalhar precisa definir como será esse processo de trabalho, não é Lean Inception é ways of working.

Planejar o backlog das Sprints em histórias do usuário: faz o PBB do Fábio Aguiar, o Product Backlog Building é exatamente para isso ou mapear a jornada do usuário para as histórias do usuário: User Story Mapping, do Jeff Patton, é exatamente para isso, não é uma Lean Inception.

Qual foi minha conclusão?

Eu vi que a Lean Inception é que nem um sanduíche: geralmente, vem alguma coisa antes, a Lean Inception e alguma coisa depois. Tweet This

Vou te dar alguns exemplos aqui: Alguns já falei. Usar Sprint para avaliar e decidir qual o protótipo seguida de uma Lean Inception para decidir: tá, agora que eu sei o protótipo do produto, por onde eu começo? Cadê o MVP? E, depois, faz um PBB para decidir as histórias que vão para cada Sprint.

Outro exemplo: Business Model Canvas, excelente, estamos super alinhados em relação à estratégia do negócio, da nossa solução como um todo, faz uma Lean Inception para decidir qual o primeiro passo e depois um Kanban para a execução de cada tarefa, de cada atividade para esse primeiro passo.

Esse eu tenho rodado muito ultimamente: a transformação baseada em dados, faz um workshop de aceleração de Data Mesh e depois faz uma Lean Inception. Agora que eu fiz um workshop e decidi opa, vamos fazer um data products, faz uma Lean Inception e depois um Event Storming que entra em muito mais detalhe técnico.

Mais um exemplo: estamos usando SAFe e PI Planning para entender todos os trens que têm que ir e depois uma Lean Inception para cada trem desses e, depois, um Ways of Working e, talvez, uma User Story Mapping se você já tiver jornadas.

Outro que é muito comum: o Onboarding do time começou, o time começou a trabalhar, consultoria, projeto aprovado, faz um Onboarding daquele time naquele projeto, faz uma Lean Inception e depois segue na tua Sprint Zero, Um, Dois, Três e aí vai.

Pessoal, essa era a mensagem que eu queria deixar. Aliás, esse conteúdo que eu passei para você muito rápido aqui em nem 10 minutos é o conteúdo da grande novidade que a gente tem na Caroli.org: o Lean Inception Pocket, que a gente está lançando agora é são vários conteúdos gravados para complementar para a nossa comunidade conhecimento sobre Lean Inception.

E aqui o episódio de hoje. Espero que você tenha gostado. Eu te peço para se inscrever e recomendar esse podcast na sua plataforma de podcast preferida, como Spotify e YouTube, e nas redes sociais. Ou, como eu prefiro: recomende aos seus amigos. Assim, você me ajuda com a missão de compartilhar conhecimento sobre as novas relações de trabalho, de forma a contribuir para a transformação de um mundo melhor.

>>> Temos mais uma novidade: se você gostou desse episódio, escreva um review na sua plataforma de podcast preferida e nos envie um e-mail com um print para [email protected]. Os cinco primeiros e-mails vão ganhar um livro a sua escolha.

 

Notas do episódio

MVP: Conheça e saiba como usar o produto mínimo viável

LEAN INCEPTION: Principais diferenças entre o treinamento ao vivo e o gravado (Pocket LI)

Saiba mais detalhes sobre o Treinamento Lean Inception

 

>> Adicione nosso podcast a sua playlist

Caroli.org

A Caroli.org, com um excelente time e a integração de pessoas autoras, treinadoras, parceiras e demais colaboradoras, tem como missão principal compartilhar conhecimento e, dessa forma, contribuir para a transformação de um mundo melhor. Veja mais detalhes sobre nossos Treinamentos autorais e exclusivos, nossos Livros e muitos outros conteúdos em nosso Blog.
Episódio 59: Principais dúvidas sobre Product Backlog Building – PBB

Episódio 59: Principais dúvidas sobre Product Backlog Building – PBB

Neste episódio do Podcast Mínimo Viável, o criador do Product Backlog Building – PBB, Fábio Aguiar, fala a respeito das principais dúvidas recebidas sobre o método. Você irá conferir quais erros devem ser evitados na construção do Product Backlog; como os itens são priorizados e quais critérios podem ser considerados; a importância da colaboração entre os stakeholders para a priorização efetiva e, ainda, de que forma lidar com mudanças de prioridade e novos requisitos no Product Backlog.

ler mais
Episódio 58: OKR para times de ataque

Episódio 58: OKR para times de ataque

Neste episódio do Podcast Mínimo Viável, o autor Paulo Caroli aborda a temática de OKRs (Objectives and Key Results ou, em português, Objetivos e Resultados-Chave). Ao contar sua experiência na área, ele fala sobre OKR para times de ataque, ou seja, para times formados especificamente para um objetivo e, uma vez alcançado, o time é desfeito.

ler mais
Episódio 57: Mulheres na Agilidade

Episódio 57: Mulheres na Agilidade

Neste episódio do Podcast Mínimo Viável, você vai conferir um excelente bate-papo entre as profissionais e treinadoras autorizadas da Caroli.org, Anne Coutinho, Auri Cavalcante, Renata Oliveira e Sephora Lillian. Na oportunidade, elas compartilham suas experiências no mundo da agilidade, dão dicas e destacam a importância de tratar a agilidade além dos métodos e de haver a expansão do público feminino em posições de liderança nas organizações.

ler mais

Pin It on Pinterest