Por João Reis*
Estamos vivendo em um mundo onde as informações se multiplicam a todo o instante e em diferentes meios. Do mesmo modo, em qualquer organização, o estímulo à criatividade e a uma comunicação efetiva de ideias é primordial para auxiliar, por exemplo, no alinhamento de times e na construção de produtos conforme as necessidades dos usuários.
E é justamente para atender os objetivos de representar ideias, conceitos e informações de maneira clara e objetiva que podemos utilizar o Visual Thinking. Também chamada de pensamento visual, a técnica ajuda a sintetizar e armazenar melhor os assuntos fazendo uso da linguagem visual.
Neste artigo, você irá conferir mais detalhes sobre o que é o Visual Thinking e seis dicas sobre como utilizá-lo para facilitar a compreensão de ideias, tomadas de decisões e muito mais.
O que é Visual Thinking?
6 passos no Visual Thinking
1. Não tente ser um artista
1.1. Simplifique
2.1. Copie sem dó
3.1. Desenhe como um egípcio
2. Separe preparação de essência: Desenhe apenas a “essência”
3. Combine textos e imagens, mas não seja redundante
4. Estabeleça uma hierarquia visual
5. Conte uma história
6. Divirta-se
Sobre o autor
O que é Visual Thinking?
O Visual Thinking é o pensamento visual, ou seja, você usar a linguagem visual para expressar ideias ou resumir informações. Nós somos sempre muito acostumados em nosso dia a dia: quando criança, você desenha e quando você vai crescendo, escreve. Na maioria das vezes, a gente usa só uma maneira linear de se expressar, que é a forma escrita.
Quando se fala em desenhar, é preciso lembrar que essa é uma capacidade que todas as pessoas têm. Então, não é uma coisa exclusiva de algumas pessoas, que foram abençoadas com o dom para aquilo. Não, a gente apenas não desenvolveu isso por conta, muitas vezes, do modelo tradicional de ensino que nós temos.
6 passos no Visual Thinking
A seguir, você vai conferir os passos que eu segui para desenvolver de uma maneira organizada o trabalho com o Visual Thinking. São seis pontos que eu escolhi.
1. Não tente ser um artista
Este é o primeiro ponto: Não tente ser um artista. Muitas pessoas pensam “poxa, eu sou muito ruim de desenhar”, então, eu não vou me dar bem com Visual Thinking. Mas, você pode utilizar a técnica, inclusive, sem fazer nenhum desenho.
A grande questão do Visual Thinking é como você organiza as suas ideias, como você cria links visuais para conteúdos que você vai aprender e deixa esses links explícitos.
Abaixo, separei três dicas sobre esse tópico de não tentar ser um artista: Simplifique; Copie sem dó e Desenhe como um egípcio.
1.1. Simplifique
Existe uma coisa chamada alfabeto visual e, com ele, você consegue desenhar todas as coisas. Eu já fiz alguns testes, minha filha de seis anos consegue e a de dez também, logo, eu acredito que todos vocês consigam. Com isso, a primeira questão é: simplifique e não tente fazer traços muito rebuscados ou querer complicar muito as coisas.
2.1. Copie sem dó
Nós temos muitas referências boas por aí. Uma infinidade de opções, por exemplo, para você desenhar personagens. Então, copie, tem muita coisa disponível. Comece, tente fazer, pegue um papel, mantenha um caderno de referências e comece a copiar o que as pessoas estão fazendo.
Mas aí, tem uma dica fundamental: não esqueça de dar personalidade para o que você faz, pois aí é que está toda a diferença.
Existe muita gente fazendo trabalhos iguais. As pessoas ficam muito boas na parte de copiar, mas elas não dão personalidade ao seu traço e isso aqui é muito importante. Então, começou a copiar, começa a dar sua cara, começa a inovar um pouquinho, começa a colocar alguma coisinha diferente, um cabelo na orelha, o olho diferente, alguma coisa assim para que aquilo comece a ganhar seu estilo, né? Isso vai ser muito legal, porque você vai começar a ter uma identificação com o desenho que você está fazendo.
3.1. Desenhe como um egípcio
Com a dica de desenhar como um egípcio, eu trago a reflexão de que os desenhos podem ser simplificados, como um desenho egípcio, que é claro, simples, sem focar em profundidade ou grandes detalhes. Independente disso, permanecem sendo eficazes na transmissão das mensagens.
Outro exemplo de técnica de desenho simplificado é o caso da Peppa Pig. Desenhos simples, interessantes, chapados, mas que transmitem muito bem os contextos da rotina familiar dos porquinhos, de forma muita clara e de fácil entendimento.
2. Separe preparação de essência: Desenhe apenas a “essência”
Outra técnica para trabalhar com Visual Thinking e capturar ideias de forma mais eficiente é separar a preparação da essência de uma mensagem. Ao ouvir um podcast ou em uma conversa mais fluida, por exemplo, sugiro a você que sejam anotadas todas as ideias que surgem, sem tentar filtrá-las de imediato.
Em seguida, será possível analisar as ideias anotadas e identificar as principais, filtrando o que é essencial. Praticar é muito importante para aprimorar essa técnica. Com o tempo, você estará fazendo essa análise das ideias principais de forma muito prática e ágil.
O ideal, trazendo o exemplo de um podcast de 30 minutos, é que você traga quatro ou cinco pontos de destaque, no máximo. Sendo mais do que isso, você estará colocando o seu foco muito mais em preparação do que em essência. Tente trabalhar para sumarizar o conteúdo, treinando o ouvido para você chegar nesse balanço, eu treinei muito até chegar ao momento de não precisar mais usar post its para separar as ideias.
3. Combine textos e imagens, mas não seja redundante
Esta é uma das partes mais legais que eu considero no Visual Thinking: começar a combinar textos e imagens sem ser redundante. O importante é brincar com as imagens para tornar a informação mais compreensível e interessante para o público.
A primeira imagem está sendo redundante. Já a segunda, a imagem intensifica a mensagem e os dois juntos criam um link muito mais poderoso para a mensagem sem ser redundante.
Neste exemplo, poderiam ser usados apenas gráficos. No entanto, com elementos visuais, o público terá um entendimento aprimorado da mensagem que está sendo transmitida nessa metáfora visual.
4. Estabeleça uma hierarquia visual
Outra dica fundamental em Visual Thinking é estabelecer uma hierarquia visual na apresentação de informações, o que pode ser comparado à organização de um jornal antigo.
A hierarquia visual permite que o leitor saiba o que é importante, o que chama atenção no assunto, o que é secundário e o que pode ser ignorado, o que é facilitado pelo uso de diferentes fontes, tamanhos e cores de letra, assim como pela segmentação dos assuntos em diferentes zonas e clusters. Além disso, é importante que cada grupo tenha um título para que a leitura possa ser feita em diferentes níveis de profundidade.
No exemplo dos post its ao ouvir o podcast, que foi citado anteriormente, esse seria o momento em que você agrupa as ideias semelhantes, organizando os assuntos por zonas específicas, criando um mapa visual, um caminho para a pessoa entender do que se trata, quais são as informações macros e fazer as leituras em vários níveis, criando uma navegação, uma hierarquia visual.
Quando você faz uso de metáforas visuais, consegue explicar coisas que com palavras, muitas vezes, seria mais difícil.
5. Conte uma história
Esse ponto de contar a história é muito bacana. É muito importante que o mapa visual esteja bem organizado, com divisões claras, cores adequadas e combinando textos e imagens para um painel de ideias.
Contar uma história nem sempre é aquela narrativa do “Era uma vez…” e tudo mais. Quando eu falo em contar a história, a pessoa tem que ver o mapa visual e entender o que foi falado, o que aconteceu naquele momento etc. Essa organização é importante para organizar as demandas.
6. Divirta-se
Divertir-se ao desenhar e explorar o mundo do visual é a parte mais legal do processo. Me adaptei bem ao desenhar mais no iPad do que no papel. Quero encorajar você a experimentar coisas novas, aprender a técnica do pensamento visual, se permitir cometer erros, fazer desenhos feios ou estranhos.
Mas, não deixe de buscar o aprimoramento em sua forma de sintetizar conteúdos usando recursos visuais com o Visual Thinking. Em um próximo artigo, estarei abordando temas como a importância do Visual Thinking para as organizações, aplicações práticas em diferentes negócios e recursos e ferramentas para utilizá-lo.
Sobre o autor
Olá eu sou o João Reis, sou pai da Malu, Ana Clara e Tomás, e casado com a Cristina. Atualmente vivo em Portugal na cidade de Braga e possuo ampla experiência em apoiar a agilidade organizacional em nível tático e desenvolver produtos digitais inovadores. Ao longo de minha carreira, desenvolvi habilidades em facilitar processos complexos por meio de ferramentas visuais e técnicas ágeis descomplicando o caminho para a criação de novas soluções.
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